Esta é uma questão que nos acompanha desde o conhecimento dos resultados do passado Domingo.
O que é que é preciso para fazer uma pessoa votar em A
Obviamente que não há nenhuma resposta a esta questão, mas podem ser lançados palpites com base em muitas das coisas que têm sido ditas desde então.
Nos últimos 4 anos a freguesia de Santo António não conheceu um crescimento particularmente feliz. Continuamos a afirmar que muito mais poderia ter sido feito ao longo desses 4 anos. Áreas onde nunca foi feita nenhuma intervenção, obras que aguardaram demasiado tempo na gaveta como foi o caso do polidesportivo que nem ficou concluído a tempo das eleições. Durante a campanha, a esmagadora maioria das pessoas com quem falamos (e foram muitas) fizeram criticas muito incisivas, por vezes agressivas para com quem liderou os destinos da freguesia. Por uma questão de respeito para com os nossos adversários, optámos por nunca amplificar essas criticas.
Falta de vontade, motivação, ou simples conformismo de quem está no poder há muitos anos, podem ser motivos que tenham levado a uma acção muito pobre por parte da Junta, em nosso entender.
Apesar de tudo isso, os resultados foram uma surpresa para todos, inclusive para os vencedores… mas o que se passou então? Como se justifica uma vitória com o dobro dos votos, numa freguesia “aparentemente” muito insatisfeita?
Depois de um fim-de-semana particularmente bom para a nossa lista que culminou com um comício muito bem recebido por parte das pessoas presentes, pudemos verificar umas resposta muito “agressiva” por parte de quem temia perder o pelouro. Recorreram a Secretários Regionais para REPROMETER praticamente tudo o que havia sido prometido e não cumprido em 4 anos. Palavra de Secretario não é necessariamente palavra de candidato a Junta de Freguesia.
Como já referimos no post anterior, em apenas 3 ou 4 dias de campanha, Santo António passou de TERRA DA INSATISFAÇÃO para passar a ser A TERRA PROMETIDA, tantas foram as promessas feitas em 3 ou 4 dias de campanha. Reciclar promessas era algo que já estaríamos à espera. Aliás, era a ÚNICA coisa que poderia ter sido feita, visto que muito pouco havia sido feito pela freguesia em termos efectivos durante os 4 anos anteriores.
O que achamos mesmo inovador foi a abordagem feita junto dos eleitores mesmo na recta final. REQUISIÇÕES PARA O LEVANTAMENTO DE MATERIAL DIVERSO. Esta foi a abordagem escolhida para convencer quem ainda não havia sido convencido. Foi-nos dito que no próprio Sábado na véspera das eleições foi feita distribuição de envelopes de forma cirúrgica pela freguesia.
Dai que neste momento colocamos a questão a todos: QUANTO CUSTA UM VOTO? Um saco de cimento? Um metro cúbico de areia? Uma dúzia de blocos? As loiças de uma casa de banho?
A jogada feita está longe de ser ilegal (talvez o ter sido feito no Sábado o seja), mas roça os LIMITES DO JOGO que gostaríamos que tivesse sido “limpo” durante a campanha eleitoral.
Perante todos estes dados, interrogamo-nos sobre os motivos de comemoração no Domingo à noite. Perguntamos se todos os elementos que fizeram parte da lista adversária sabiam destes famosos envelopes? Perguntamos se as pessoas pactuam com este tipo de comportamentos e atitudes? Perguntamos se isto é forma de exercer a democracia da forma correcta? Perguntamos se é isto que as pessoas gostam e querem para a freguesia?
Todos nós conhecemos a resposta dada nas urnas, mas as perguntas ficam por responder. Vamos aguardar os desenvolvimentos de tudo isto.
Iremos estar atentos.